Coluna Tempo Presente (A Tarde)
Duas décadas depois que o flagelo da vassoura-de-bruxa dizimou a economia cacaueira, provocando um êxodo rural sem precedentes, mortes e uma dívida bilionária, algo de novo surge no cacau. O superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart, apresenta um projeto que, no atacado, pretende recuperar a expectativa positiva de plantar e colher, valorizar as terras e, de lambuja, resgatar a autoestima dos produtores, fazendo com que seus próprios bens sejam suficientes para quitar as dívidas antigas e tocar a vida.
O Projeto de Conservação Produtiva, já em fase de testes em cinco propriedades de Barro Preto, ancora-se num elemento simples e de forte apelo: o compromisso do produtor de preservar a mata atlântica priorizando o plantio no modelo cabruca, conquistando o reconhecimento certificado pelos órgãos do setor sobre a sustentabilidade ambiental e, também,estimulando pequenas indústrias de beneficiamento, outra reviravolta histórica.
A pretensão é fazer dinheiro também com madeira, aproveitando as mortas e retirando as exóticas (especialmente a jaqueira), com a obrigatoriedade de o produtor plantar três nativas para cada exótica suprimida.
Com a preservação da fauna, flora e recursos hídricos, a terra por si só vai valer muito mais. É algo auspicioso numa área em que a descrença geral dá o tom da reza. Mas só falta o governador Jaques Wagner assinar o decreto para o sonho virar realidade
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