segunda-feira, 11 de agosto de 2014

De ex-carlista à homem de confiança dos petistas, ex-governador foi alvo de intriga articulada dentro de seu antigo partido, que pediu sua “cabeça” em troca do apoio à Dilma nas eleições.

O ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, César Borges, já se desfiliou do Partido da República (PR). Saída foi especulada pela coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, no sábado (9), e concretizada nesta segunda. Informação é confirmada pela assessoria de César ao site Bahia Notícias.
O comando do PR exigiu a saída de César da pasta alegando que ele não representava o partido na Esplanada dos Ministérios. Para não perder apoio do partido, Dilma atendeu á exigência e exonerou o baiano. Em seu lugar ficou Paulo Sérgio Passos (também baiano) que já havia assumido a pasta em 2012, de forma interina, com a saída de Alfredo Nascimento.
O ex-governador e ex-senador baiano andava feliz da vida tecendo elogios mútuos à presidente Dilma Rousseff, que lhe retribuía os afagos. Em visita à Bahia em junho último, por exemplo, Dilma afirmou que o então ministro era “leal” e “o melhor ministro dos Transportes” que ela já tivera. Dilma disse também que a rebeldia do PR, que ameaçava dar apoio à candidatura do tucano Aécio neves, naquele momento, não interferiria em sua permanência no Ministério dos Transportes. Agora, dois meses depois, contudo, César Borges está fora da pasta.
De ex-carlista a homem de confiança dos petistas
César Borges teve como padrinho político o falecido ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães e como carlista, conseguiu chegar aos dois cargos. Em 2007, contudo, deixou o DEM (antigo PFL) de ACM e ingressou no PR. Em 2010, César tentou se reeleger senador pela chapa de Geddel Vieira Lima (PMDB), que era candidato a governador. Os dois foram derrotados.
Daí em diante, o ministro decidiu dar uma guinada em sua vida ainda mais à esquerda. Em decisão que surpreendeu a muitos, César Borges declarou apoio à candidatura do petista Nelson Pelegrino, já no primeiro turno, na disputa pela Prefeitura de Salvador contra ACM Neto (DEM), que saiu vitorioso.
Como recompensa imediata, o ex-senador foi indicado à presidente Dilma Rousseff com boas recomendações pelo governador Jaques Wagner e seu primeiro e histórico cargo num governo petista foi o de chefe da Vice-presidência de Negócios do Banco do Brasil. Partiu de Wagner também a indicação para o Ministério dos Transportes, cargo do qual ele tomou posse em 2 de abril de 2013 e ficou até 26 de junho último. A assessoria do ministro de Portos informou que ele ainda não tem definição sobre seu novo partido.

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