Ilustração: Tactos Hilarius
Há ruídos intensos segundo os quais está de retorno o “volta Lula” em face da queda sucessiva de Dilma Rousseff, a partir da entrada no cenário de Marina Silva, que muito provavelmente caminha para tomar a liderança do processo sucessório presidencial. A presidente não consegue se comunicar de forma persuasiva com o eleitorado. O sentimento que perpassa no PT é o da perda do poder para a Terceira Via que Marina seria representante, com a sua “nova política”. Na verdade, Lula sempre foi visto como um regra três de luxo sentado no banco a espera de um declínio da presidente que ele plantou no Palácio do Planalto. Grande parte do partido estaria de acordo; outro agrupamento discorda e o próprio Lula entende que não deve chegar à campanha quando ela entra no sua reta final. Poderá ser, segundo personalidades de relevo petista, a solução. Ou volta ou perde as eleições, o que iria explodir os projetos do Partido dos Trabalhadores. A grita estaria nos estados que sentem o impacto do fato novo, e parece ter-se acentuado depois do debate da Band onde Dilma parecia deslocada e repetia exatamente, ou literalmente, o que foi a ela dado para decorar no seu comitê eleitoral. Se houver efetivamente um “volta lula” terá que acontecer até o dia sete de setembro, uma data, por sinal, significativa, embora um partido político possa mudar seu candidato até o dia 15 do mês que chega. Mas há outro problema que não é descartado. Se Lula voltar e a população eleitoral brasileira estiver efetivamente desejosa da numa quebra de parâmetros, com o surgimento de um fato novo nesta república tropical, o PT poderá ficar pior: será enterrado com uma derrota do seu líder mítico. Esta é a questão. Ser ou não ser com Lula, com uma mudança radical no panorama político eleitoral se ele vier a aceitar a missão de salvamento do partido que fundou.
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