terça-feira, 18 de março de 2014

Júri escuta dez réus no primeiro dia da quarta etapa do julgamento do massacre do Carandiru

Júri escuta  dez réus no primeiro dia da quarta etapa do julgamento do massacre do Carandiru
No primeiro dia da quarta etapa do julgamento do Carandiru, realizado nesta segunda-feira (17), os dez réus ouvidos negaram que estavam no quarto pavimento da penitenciária, onde parte dos 111 detentos morreu no massacre do dia 2 de outubro de 1992. O julgamento acontece no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. A sessão desta segunda terminou por volta das 20h. O júri ainda escutou testemunhas de acusação e de defesa. A acusação dos dez PMs julgados nesta segunda dispensou a oitiva de uma testemunha e tomou o depoimento do perito Osvaldo Negrini Neto, que manteve a versão apresentada em outros dois julgamentos. Segundo Neto, a PM dificulto a entrada perícia no dia do massacre, e que havia fortes sinais de que os detentos foram alvejados por rajadas de metralhadora. O perito ainda destacou que as marcas de tiros dentro das celas mostram que houve disparos contra os presos. As testemunhas de defesa arroladas foram o juiz corregedor dos presídios da capital na época do crime, Fernando Torres, e o agente penitenciário, Maldinei de Jesus. Segundo Torres, a entrada da PM era necessária, mas destacou que houve excessos. O agente penitenciário, por sua vez, disse que nunca foram encontradas armas de fogo dentro do pavilhão e que os presos mais perigosos ficavam em outras áreas do Carandiru. Nesta terça-feira (18), o debate entre defesa e acusação será iniciado. Logo após, o conselho de sentença se reunirá para dar o veredicto. A primeira etapa do julgamento aconteceu em abril do ano passado, com a condenação de 23 policiais a 156 anos de prisão pela morte de 13 presidiários. A segunda etapa foi realizada em agosto, com condenação de 25 PMs pela morte de 52 presos. A terceira etapa foi iniciada no mês passado e foi suspensa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário