Aos 103 anos de idade, Itabuna que completa neste domingo, 28 de julho, a cidade está em plena infância, quando comparada com outros municípios brasileiros já várias vezes centenárias, como Ilhéus, Porto Seguro e Caravelas. Isso sem falar nas milenares Roma, Paris e Londres, que já existiam quando o Brasil ainda nem sonhava em ser descoberto por Pedro Álvares Cabral. Portanto, nossa cidade ainda está em fase de crescimento, o que explica as tantas dificuldades que ela enfrenta. Como todo menino ou menina que dá os primeiros passos, nossa criança ainda não consegue se firmar, tropeça, cai, levanta-se, tropeça e cai de novo. Mas não desiste e segue em frente. Felizmente, à medida que for crescendo, ela caminhará com desenvoltura, até que um dia será capaz de correr sem cair. É assim que eu vejo a Itabuna de hoje. Minha Itabuna querida, minha cidade, minha paixão! Eu a abraço com carinho e lhe dou os parabéns emocionado, a você que me acolheu pequeno e me transformou em homem, em estudante, em trabalhador, em Cidadão – com cê maiúsculo; em tudo o que sou. Só tenho a lhe agradecer, e muito. Não nasci aqui, mas é como se tivesse nascido, tal a afinidade que tenho com a cidade e seu modo de vida, suas peculiaridades, seu jeito de ser. Além de itabunense honorário, reconhecido pela Câmara Legislativa, sou itabunense de coração, e muito me orgulho disso. Para quem não sabe, nasci na pequena cidade de Ibicaraí, mas me sinto tão itabunense, quanto todos que em Itabuna nasceram. Sempre me emociono ao lembrar o passado difícil, de menino pobre, ajudante dos afazeres do pai e aluno da rede pública que precisava de livros emprestados para estudar. Emociono-me mais ainda ao recordar como era a cidade daquele tempo, que também crescia em meio a muitas dificuldades. Havia pouco transporte, mas muitas obras, muita poeira nas ruas e muita lama na chuva. E vive Itabuna crescendo; os prédios sendo construídos; as ruas sendo asfaltadas e a paisagem da cidade aos poucos se modificando. No início a mudança foi devagar, tanto que quase não dava para notar. No entanto, com o tempo, as coisas começaram a acontecer mais depressa. Foram traçadas novas vias e erguidos novos prédios. Pode-se dizer que a paisagem que vislumbramos hoje surgiu ao longo dos últimos dez, vinte, trinta anos. Não se pretendia crescimento tão acelerado para a cidade, mas ele tornou-se inevitável. A explicação é óbvia: aqui se concentra o poder político sulbaiano, que, por sua vez, atrai o poder econômico. Ao mesmo tempo que se firmava como cidade onde eram tomadas as grandes decisões regionais, Itabuna atraía mais gente, que nela encontrava oportunidades sem igual em outras cidades baianas. Então, as pessoas foram chegando, e junto com elas o capital. Empresas se instalaram na cidade, e a infraestrutura urbana melhorou, tornando a vida em Itabuna mais agradável e cada vez mais atraente para novos moradores. O mesmo ocorreu na periferia, que passou a concentrar a maior parte da mão de obra empregada na construção civil e também grande número de servidores públicos, comerciários e profissionais de diversas áreas. Enquanto isso, também eu fui crescendo e amadurecendo, em caminho paralelo ao percorrido pela cidade. Para mim, tudo deu certo, depois da infância e da juventude vividas em meio a dificuldades inimagináveis de uma família de pessoas pobres. Consegui estudar, trabalhar e, por fim, me tornar empreendedor de sucesso no ramo que escolhi. Posso dizer que sou um itabunense feliz, que ama a cidade como se ama a si mesmo. Aliás, amar é pouco: sou apaixonado por Itabuna, e meu amor só aumenta a cada dia. Itabuna é minha segunda paixão. A primeira, claro, é a família, um presente que Deus me deu para toda a vida. Em tempo: quando me refiro aos itabunenses natos, devo lembrar que esta cidade, tão generosa, não faz distinção entre os filhos nativos e os adotivos. A todos acolhe e para todos abre as portas, indistintamente. Digo isso por experiência própria. Entretanto, ela também enfrenta problemas, a maioria deles típicos das grandes cidades. Tal como acontece com o homem-feito que se desenvolve mais rápido do que o normal, saindo da infância e da adolescência cedo demais, também com uma cidade que cresce de forma avassaladora problemas podem surgir. Isso explica por que, ainda tão jovem, Itabuna já enfrenta dificuldades que só deveriam surgir dentro de alguns anos. Tudo começa pela superpopulação, de quase 250 mil de habitantes, número que era para ser atingido bem mais tarde, segundo as previsões mais otimistas. Tudo que nos faz reclamar de Itabuna hoje é consequência do crescimento da cidade. A despeito disso, este é o melhor lugar que conheço para viver. Temos aqui uma série de facilidades que não encontramos em outras cidades. Além disso, Itabuna é motivo de orgulho sob vários aspectos. A educação, aqui, é digna de respeito: evoluímos muito, tanto no ensino público, como no particular, com oferta de escolas do Município para todas as crianças e ótimas opções no ensino pago. No ensino superior, a UESC é consagrada em todo o Estado, e se mantém como referência entre as universidades baianas, sem menosprezar as muitas e boas opções entre as instituições particulares. As maiores dificuldades da cidade residem, sem dúvida, na segurança pública e na rede de saúde. A deficiência nessas áreas não é, no entanto, “privilégio” da nossa Itabuna. Trata-se de chaga nacional. Apesar disso, hoje já não se diz que, para ir ao médico em Itabuna, o melhor é pegar um avião. Grandes profissionais estão aqui e podemos recorrer a eles com toda confiança. O que falta são investimentos do Estado, tanto do governo federal como do Governo da Bahia, na rede pública de saúde, que está fragilizada exatamente por carência dos recursos necessários para sua manutenção, e não por falta de profissionais de saúde capacitados. Itabuna ainda oferece aos seus moradores qualidade de vida acima da média. Tanto assim que aqui se diz, com muita propriedade, que “quem bebe dessa água, sempre volta”. Isso explica por que tanta gente, depois de se mudar para outra cidade, acaba retornando e retomando a vida às vezes até no mesmo lugar e, em muitos casos, na mesma casa, por não se adaptar mais à rotina das “cidades comuns”. Falta de diversão também já foi uma crítica à Itabuna. Mas quem pode reclamar de uma cidade com shopping, bares, casas de shows, cervejarias, bons e variados restaurantes e até simpáticos e agradáveis botecos para todos os gostos? Se alguém quer se divertir, é só procurar que vai achar o que fazer. Hoje se inverteu aquela situação de fugir de Itabuna nos feriados e datas especiais, como Semana Santa, Natal e Carnaval. Muitos itabunenses viajam, sim, mas muito mais visitantes vêm de fora para curtir esses dias em Itabuna. Para terminar, não posso deixar de falar que tenho imenso orgulho de contribuir para a realização do sonho de tantos itabunenses. Nesta data, tão cara para todos nós que vivemos aqui, ao lado dos parabéns para a minha Itabuna amada, quero desejar que todos esses bravos itabuneses comemorem, junto com o aniversário da cidade, o privilégio de ser itabunense. Feliz cidade, feliz aniversário Itabuna.
Deputado Estadual
Deputado Estadual
Augusto Castro
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