terça-feira, 15 de maio de 2012

ITABUNA: FALTA DE ESTRUTURA COLABORA COM O AVANÇO DA VIOLÊNCIA



O Governo da Bahia aposta principalmente em dois instrumentos para combater a violência: a criação de delegacias especializadas em homicídios e a instalação de Bases Comunitárias de Segurança, similar às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro. Em Itabuna, considerada a oitava cidade mais violenta do país, nenhum desses equipamentos existe.

A criação da Base Comunitária em Itabuna foi prometida pelo governador Jaques Wagner em janeiro deste ano, mas até o momento nenhuma medida concreta foi adotada no sentido de implantá-la. Cinco bases já funcionam na capital do Estado, com bons resultados na redução da criminalidade.

O mesmo ocorre com a Delegacia de Homicídios. Na semana passada, o delegado Marlos Macedo, da 6ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), afirmou que a falta de estrutura física, pessoal e equipamentos são obstáculos à instalação da especializada. Essa falta compromete a eficiência da polícia no que se refere à investigação de crimes de morte, facilitando a impunidade e, em consequência, estimulando os criminosos.

A triste situação da violência em Itabuna foi tema de matéria exibida nesta terça-feira (15), no telejornal Bom Dia, Brasil (Rede Globo). Na reportagem, foi mostrado um dado preocupante: cerca de 90% dos homicídios cometidos na cidade estão relacionados ao tráfico de drogas e a maioria é ordenada de dentro do Conjunto Penal de Itabuna. A matéria destacou que o presídio é controlado por duas facções, que ocupam os raios A e B e disputam o comando de pontos de venda de droga fora da cadeia.

A situação é conhecida pelas autoridades responsáveis pela área da segurança, mas até o momento não houve qualquer providência. No presídio, construído para 480 presos, vivem cerca de 1000 e, para atenuar o problema da superlotação, a única medida prometida é a transferência de 150 para Eunápolis. Restarão mais de 800 e a carceragem continuará superlotada.

Ouvido pela reportagem do Bom Dia Brasil, o sociólogo Carlos Alberto Gomes afirmou que os bandidos de Itabuna perderam o medo de ser condenados, pois continuam mandando de dentro da cadeia. Há poucos dias, uma batida nas celas resultou na apreensão de 30 celulares, existindo denúncias de que agentes penitenciários recebem suborno para permitir a entrada dos aparelhos e outras “encomendas” dos detentos.

A Secretaria Estadual da Administração Penitenciária tem conhecimento do problema e a única medida que tomou até o momento, na tentativa de controlar a situação, foi isolar os chefes das facções criminosas no Conjunto Penal.

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