domingo, 26 de agosto de 2012

EXCLUSIVO: Assessores de JH insinuam que governo e PT estão por trás de “boicote” de empresas à licitação do metrô


Metrô de Salvador: no centro de uma polêmica entre funcionar e não funcionar
Quando declara que há um boicote para o metrô de Salvador não ser colocado nos trilhos, sem identificar quem estaria por trás do complô, o prefeito João Henrique (PP) sabe exatamente quem pretende atingir.
Uma fonte da Prefeitura que conversou ontem à tarde com o Política Livre relata que o prefeito está convencido de que está enfrentando como principais adversários ao projeto de colocar o metrô para funcionar o PT e o governo do Estado.
Segundo a mesma fonte, não teria sido mera coincidência o fato de o governador Jaques Wagner (PT) ter declarado na semana passada, numa entrevista ao jornal A Tarde, que o metrô não funcionaria este ano.
Em seguida, as seis empresas que analisaram o edital da licitação para começar os testes do equipamento teriam evitado participar da concorrência. “É muito esquisito? Não, não é. Está claro que houve pressão contra as empresas”, diz a mesma fonte, sem confirmar se a ofensiva partiu do governo baiano.
Para completar, a propaganda do prefeiturável do PT, Nelson Pelegrino, faz referências à possibilidade de fazer o metrô funcionar com o “time de Lula”. O mesmo político ligado a JH diz que o governo do Estado tem conhecimento do desejo de João Henrique em terminar a gestão como o prefeito que colocou o metrô nos trilhos, depois de 12 anos de promessas.
Para os marqueteiros que orientam o prefeito, caso consiga iniciar as operações do metrô, João Henrique encerrará a administração com chave de ouro, com um trunfo no currículo suficiente para disputar o governo em 2014, um sonho que já não esconde mais de ninguém.
É por isso que quando alude ao complô de que a cidade estaria sendo vítima, João Henrique afirma que estão com medo dele em 2014. Este teria sido o motivo também porque o prefeito ficou tão irritado com a entrevista de Wagner ao jornal A Tarde.
Mais do que as referências do governador “à instabilidade política, partidária e administrativa” da Prefeitura e do prefeito, sua afirmação de que o metrô não sairia do papel foi o que mais indignou João Henrique, revela o mesmo político.
No mesmo dia, uma quinta-feira, 16, o prefeito pensou em contatar imediatamente o jornal A Tarde para responder ao governador. Desistiu depois de ponderar, junto com assessores, que Wagner “estava em baixa”, colhido por um “desgaste tão estrondoso” que não havia razão para rebatê-lo.
No encontro com seu círculo mais íntimo para avaliar as investidas do governador, João Henrique irritara-se tanto que chegou a bater na mesa. Depois de afirmar que “instável” era o PT, que entrara e saíra duas vezes de sua administração, o prefeito esbravejou: “Não é a minha rejeição que está em jogo nesta eleição, é a do governador. Será que PMs, empreiteiros que não recebem há dois anos do governo e professores estaduais não votam?”
Era uma referência à suposição entre políticos de que o desgaste do governador decorrente de greves e outros percalços vividos pela administração, como a seca e problemas de caixa, estejam impedindo a alavancagem do candidato petista a prefeito em Salvador.
A orientação para não debater com Wagner permanece agora porque a avaliação continua sendo a mesma sobre o governador. “João Henrique não vai bater em Wagner, no máximo, citá-lo indiretamente. Não se briga para baixo”, diz de forma irônica outro assessor do prefeito. Pelo visto, acha que o prefeito “está podendo”.

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