quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Seca nos Estados Unidos traz oportunidades para a Bahia



Assim como a Bahia, os Estados Unidos vem enfrentando uma grave seca. A longa estiagem e o excessivo calor, por lá, que é o maior produtor de grãos do mundo, deve reduzir a colheita de milho em mais de 90 milhões de toneladas, enquanto a perda na safra de soja é estimada em 14 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o equivalente ao Ministério da Agricultura do Brasil. 
As oportunidades que a seca americana abre para a Bahia e o Brasil é o tema do programa Encontro com Gabrielli desta semana. “O fato é que a situação adversa nos Estados Unidos pode representar uma excelente oportunidade para os produtores brasileiros e baianos”, adverte o secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.
A explicação é a seguinte: se a colheita nos Estados Unidos diminui, eles não têm condições de atender a todos os países para os quais exportam, podendo, inclusive, até faltar grãos para o consumo interno. “É aí que nós ganhamos espaço para suprir o desfalque na produção deles”, esclarece o economista.
 Hoje, a Bahia é o sexto estado do Brasil em produção de soja. Este ano, a safra baiana está estimada em 3,5 milhões de toneladas, enquanto a de milho deverá alcançar pouco mais de 2 milhões de toneladas, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Olhando para 2013, a tendência é que o PIB (Produto Interno Bruto) Agrícola do Brasil e da Bahia deva dar um salto”, antevê Gabrielli. 
Para chegar a esta conclusão, o secretário do Planejamento leva em consideração que os preços da soja e do milho não param de subir. Com isso, os agricultores se sentem animados em expandir a área plantada.
Segundo José Sergio Gabrielli, esse entusiasmo tem sentido. A saca de 60 kg de soja, que em 2010 custava R$ 32, este mês deve alcançar R$ 70. E o milho, que valia R$ 15, deve passar dos R$ 25. “Além disso, a produção agrícola dos Estados Unidos será muito afetada, sobretudo a cultura do milho, sendo a primeira vez em 24 anos que os americanos produzem menos milho do que consomem”, observa.

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