segunda-feira, 1 de julho de 2013

Dilma convoca ministros para tentar conter queda de popularidade

A presidente Dilma Rousseff não perdeu tempo depois da divulgação das pesquisas do Instituto Datafolha que mostraram uma queda de 27 pontos na sua popularidade e de 21 pontos na intenção votos para sua reeleição em 2014.
Neste domingo se reuniu com oito ministros mais próximos para analisar a questão e marcou para hoje reunião ministerial para esclarecer a sua equipe sobre as resoluções do governo e dos encaminhamentos que devem se seguir. 
A presidente quer que seus ministros não deixem os projetos pararem e, para isso, informará a eles de que forma as reivindicações estão sendo encaminhadas.

Dilma quer garantir também que não haja paralisia ou retrocesso dos programas sociais que o governo está tocando. A explicação foi dada pelo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, um dos participantes da reunião de ontem no Palácio da Alvorada.
Apesar de Bernardo afirmar que Dilma e os demais membros do governo estão tranquilos com o resultado das pesquisas, no Legislativo a queda da popularidade e das intenções de voto na presidente apontam para uma mudança na correlação de forças do governo com os aliados no Congresso Nacional.
Em vez de meros carimbadores de propostas do Executivo, governistas já admitem que a “cartilha da presidente” não será rezada cegamente pelo Legislativo. Aliados já admitem ser contrários a propostas de interesse do Planalto e defendem mudanças na equipe econômica e na articulação política, caso essa última não seja fortalecida pela mandatária.
“Muda a relação do Congresso com a presidente, ela vai ter que dialogar mais para aprovar os projetos propostos, inclusive vai ter que abrir um canal com a oposição”, adverte o deputado Lúcio Vieira Lima, cacique do PMDB baiano.
“A pesquisa foi um desastre Agora vamos ter que remar tudo de novo. Vai ser uma eleição dura, acabou a brincadeira. Jogaram uma eleição fora em 30 dias, vai ter que recompor o governo. A Dilma vai ter que, realmente, ter um governo de coalizão, senão vai ficar sozinha”, disse um senador líder de partido aliado. 
Fazenda  
A pressão pela troca da equipe econômica também cresce entre aliados. Persiste a preocupação com a inflação, que não foi debelada. "O Guido Mantega não tem como se manter porque ele não inspira mais confiança", disse outro líder da base aliada, referindo-se ao ministro da Fazenda.

No Congresso, a primeira vítima da “cartilha da presidente" será o projeto que inibe criação de partidos. Patrocinada pelo Palácio do Planalto, a proposta prejudicaria a candidatura da ex-ministra Marina Silva. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não deve colocar mais o projeto em pauta.
“Se aprovar agora, é casuísmo, ainda mais no momento em que a Marina está bem nas pesquisas", afirmou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), outrora defensor da aprovação do texto.

Pacote
Também acuados pelas manifestações, os parlamentares começaram a aprovar um “pacote positivo” de medidas, algumas das quais sem combinar com o governo. Entre as propostas, está a que estabelece o repasse de recursos do Pasep, atualmente retidos pela União, para estados e municípios.

O líder do PT no Senado, Wellington Dias, afirmou que ainda não é possível prever mudanças na relação de aliados. Para o petista, entretanto, já existia uma tensão no Parlamento. “Antes das mobilizações, já havia uma alteração na relação de quem era base e oposição”.
A tensão como Congresso, no entanto, ainda não parece fazer parte das preocupações da presidente. Pelo menos, depois da reunião de ontem no Planalto, os ministros que deram declarações não tocaram no assunto.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, deixou claro que o clamor das ruas é a grande questão. “A presidente está bem e sensível à mensagem que vem das ruas”. Para Padilha, o governo e a presidente buscam reagir, construir, absorver as propostas e dar alternativas as reivindicações populares.

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